O nevoeiro também é estrada

A minha mulher vai trabalhar e eu não hesito em aproveitar antes disso um momento com ela, tomando juntos o pequeno-almoço fora quando a casa ainda dorme. A carrinha de trabalho está pronta para mais um dia de jardinagem. E eu, saio atrás dela com um enorme argumento: pela primeira vez tenho o nevoeiro como cenário envolvente entre mim e a Vision. Trouxe-me à lembrança os frequentes nevoeiros de Sintra. A paisagem fica envolta em mistério e transmite uma tranquilidade diferente.
Já chegaram os primeiros dias de chuva e a Vision tem sido mais vezes massajada com um pano, para que não circule às manchas das gotas. A indumentária já pede manga comprida nas manhãs, enquanto a Vision pede trajetos maiores agora que o sol regressa, ainda que de forma intermitente.
É difícil o estado do tempo ditar-nos os planos. Mais difícil é encontrar um motivo para sair — não que precisemos dele. A fama que temos já basta para aceitarem com naturalidade esta relação que nos leva para a rua, para a estrada, sem necessidade de pretextos. Só porque sim.