Análise à Honda Vision 110

23 junho 2025

A Honda Vision 110 apresenta umas linhas arrojadas e desportivas. Um visual que inicialmente causa estranheza mas que depois de uma certa habituação torna-se numa combinação mais bonita. É um ponto extremamente pessoal, havendo a necessidade de dar tempo para se aprender a gostar.

Com 777 quilómetros feitos nesta mota, maioritariamente em regime urbano e semiurbano, é chegada a altura para partilhar algumas das minhas experiências.

Esta mota é uma Euro 5+. Tem características muito interessantes e práticas que vou partilhar convosco.

Possui um botão de start/stop cujo objetivo é poupar combustível nas frequentes paragens em semáforos. Como não considero que o ganho em eficiência seja significativo e, pelo contrário, até acho que causa um maior desgaste e stress com frequentes interrupções e arranques, opto por tê-lo sempre desligado. Mas fica ao critério de cada um. Pelos meus cálculos e registos já consegui verificar um aumento de 150% em eficiência de combustível ao mudar do velho motor de 50cc a dois tempos para este motor de 110cc a quatro tempos.



O espaço que se encontra por baixo do assento é maior do que aquele que eu tinha na Peugeot Speedfight 2. Chega perfeitamente para as minhas necessidades. Cabe o meu capacete jet (que ficava à justa na minha primeira scooter) e ainda sobra espaço para mais coisas que costumo transportar comigo.

A Honda Vision 110 não tem chave física, por isso é acompanhada de um comando que com a sua aproximação à mota permite automaticamente o desbloqueio sem necessidade de tirar o comando do bolso ou, o bloqueio automático, à medida que nos afastamos da mota. Este comando tem ainda dois botões: um para acender os quatro piscas, facilitando a identificação e localização da mota num parque de estacionamento, e um outro para bloquear/desbloquear a mota, mesmo que nos encontremos na sua proximidade.



Temos um botão giratório com as operações básicas da mota: abertura do assento (seat), símbolo de um cadeado (para bloqueio da direção do guiador e da abertura do assento), ignição do motor e também a opção para o desligar.

Este modelo da Honda é muito usado para entregas. É visto frequentemente nos restaurantes da Telepizza, bem como na distribuição de correio dos CTT. É a maior prova de como é económica, fiável, ágil e de baixa manutenção!

É muito fácil de colocar uma top case para se obter espaço extra de arrumação. Mas como isso significa mais atrito com o vento, e consequentemente perda de velocidade e aumento do consumo de combustível, considero mais sensato usar o espaço por baixo do assento e na plataforma entre as pernas onde também existe um gancho para pendurar uma bolsa ou sacos, o suficiente para as minhas necessidades. Existe ainda um compartimento na frente (um mini porta-luvas) onde é possível guardar a carteira, chaves, uma bateria externa ou dois maços de tabaco, além de existir no seu interior uma ficha USB para carregamento de dispositivos móveis.

Tenho uma extensão de garantia. Além dos 3 anos que é obrigatório em Portugal, tenho mais 2 anos extra com a Honda Plus. Apesar de que, agora já é possível obter mais 1 ano de garantia, totalizando 6 anos, também com a Honda Plus. Mas a Vision tem provas dadas ao longo destes últimos anos, por isso, optei também por este modelo porque além de apresentar um custo-benefício enorme tem também uma fiabilidade difícil de abalar, confirmada pelos enormes intervalos entre revisões recomendados pela Honda. A qualidade dos materiais é elevada, bastante visível nos plásticos da carenagem, na borracha dos punhos e nos componentes de metal. Tem excelentes acabamentos, uma verdadeira Honda!



Uma das coisas que gosto bastante nas scooters – e esta não foge à exceção – é a proteção que o motor tem. Com um guarda-lamas traseiro e uma pequena lona de proteção da zona mais interior, os filtros e tudo o que está por baixo encontra-se bem protegido, inclusivamente da chuva. Devo sublinhar que, o guarda-lamas traseiro, onde se encontra a placa da matrícula, está muito bem desenhado, nunca tendo sido projetada qualquer lama para as minhas costas ou para a parte superior da mota. Todo o conjunto é muito compacto e protegido da chuva e da lama. O mesmo acrescento do guarda-lamas da roda dianteira, cuja proteção satisfaz-me bastante. Nenhuma sujidade vai para o motor, para a bateria ou para outros compartimentos.

O mono amortecedor traseiro surpreendeu-me! Inicialmente pareceu-me algo duro, mas com o tempo verifiquei que é muito capaz. Na minha anterior scooter eu tinha dores de costas frequentes. Com esta scooter isso nunca aconteceu, e mesmo quando por esforço no trabalho fiquei com uma lombalgia, consegui andar de mota e senti-me protegido contra os buracos e o piso irregular.



No que ao painel de instrumentos diz respeito, o mesmo é muito simples (e a simplicidade agrada-me), tendo um visor monocromático que, quanto a mim, é a melhor tecnologia para se conseguir ver com qualidade as informações, mesmo com luz solar intensa. Este visor digital apresenta o total de quilómetros já percorridos e a quantidade de combustível disponível no depósito. No painel de instrumentos temos ainda o velocímetro analógico, que nos indica a velocidade atual, e uma série de luzes referentes à deteção do comando que faz de chave, o uso do farol dos máximos, os piscas, e a luz do motor para aviso de erro ou avaria. Para ser honesto, não precisamos mais do que isto!

No lado esquerdo do guiador temos a buzina, os piscas e o botão de mudança entre os faróis médios e os máximos. O normal, portanto…



É muito fácil subir para esta mota. Apresentando uma plataforma plana não podia ser mais fácil passar uma perna para o outro lado, sem grande exigência. Tudo muito prático. Tudo muito simples e ágil. A pensar no agora e no envelhecimento.

Para a pôr a trabalhar basta pressionar o travão direito ou o esquerdo e carregar no botão à direita no guiador para se dar o arranque do motor. O som do motor a trabalhar é instantâneo mal se carrega no botão, sem qualquer som elétrico. Tudo muito suave na ignição do motor, bem como no arranque à aceleração do punho.



A aceleração é muito progressiva, não precisamos de nos preocupar com isso. Tem 9 cavalos de potência. O suficiente para no arranque ficar em frente a 99% dos carros. O manuseamento é simplesmente incrível, com um peso de apenas 100 kg. É muito leve.



Para mim é bastante confortável. Fiquei surpreendido com o assento, pois é muito plano e esse facto faz com que me possa sentar em qualquer zona dele sem que o seu formato me empurre para a frente. É pois um assento confortável, mesmo em viagens mais demoradas. Quem usa este modelo nas entregas, num uso mais intensivo, também diz bem dele. Não é nada macio, mas também não é demasiado duro. O seu formato é o principal fator que determina o conforto.



Gosto bastante do facto da roda dianteira ser de 16 polegadas e a traseira de 14. Isto dá-lhe um bom apoio e capacidade para lidar com solavancos e irregularidades no piso. Ao contrário de scooters com pneus mais pequenos e mais largos, em que se sentem mais os impactos. Os pneus são vietnamitas tal como a scooter e surpreenderam-me mesmo em piso molhado pois, apesar de serem finos, apresentaram este inverno uma muito boa aderência ao asfalto e até em piso empedrado! Com estas dimensões de pneus é muito fácil encontrar alternativas para andar mais especificamente na chuva e na neve.



A facilidade com que se passa pelos carros no trânsito é indiscritível. Os ângulos que nos permite na sua movimentação dá-nos uma liberdade total!

O sistema de travagem é bastante eficiente. Já o tive de usar várias vezes a fundo pela burrice de alguns automobilistas, e o poder de travagem revelou-se muito capaz! Os travões da Honda Vision 110 funcionam em conjunto, não sendo ABS, são CBS, um sistema de travagem combinada da Honda, o que para o peso e dimensões desta mota é mais que suficiente no que à segurança diz respeito.

Não vejo qualquer sentido em andar em motas de grandes dimensões em ambiente citadino. Consomem mais, são menos práticas e mais difíceis de estacionar. Além de que as manobras no trânsito tornam-se mais limitadas.



Esta é uma scooter perfeita para a cidade, para ir para o trabalho, para circular mesmo em ambientes rurais e em estradas nacionais. Atinge facilmente os 70-80 km/h, e em trajetos menos exigentes atinge os 100 km/h. Mais do que isso já se sente uma perda de potência pela limitação eletrónica para proteção do motor. A minha velocidade ideal e de conforto situa-se entre os 60 e os 70 km/h. Depois o vento já se torna excessivo para mim. Por isso, estou muito satisfeito com a minha aquisição!

Sinto-me tão relaxado e feliz quando a conduzo, que viajar nela torna-se uma terapia!

Tenho uns pés grandes, calço o 44. E mesmo assim a plataforma apresenta espaço suficiente. A frente apresenta uma boa proteção contra o vento e contra a chuva para as minhas pernas.

Tudo fica mais pequeno, tudo fica mais fácil em cima de uma Honda Vision 110. É um prazer ultrapassar inúmeros carros tanto de verão como de inverno, quando antes eu era mais um "enlatado" no meio do trânsito. Ganhas tempo e saúde! As ruas e estradas cheias de trânsito tornam-se num prazer e num divertimento.

A iluminação que esta mota apresenta é muito superior à minha anterior scooter. Ainda não a testei realmente de noite, mas ao final da tarde, quando começa a anoitecer, eu continuo a sentir-me bem visível na estrada perante os carros.



Acho piada ao formato do conjunto dos piscas com o stop traseiro, pois fazem-me lembrar o formato da cabeça de um tubarão-martelo.

Quando chegarmos a um cruzamento ou aos semáforos, seremos sempre os primeiros da linha!

Nas cidades, onde tudo está tão cheio, onde o trânsito é caótico e onde a infraestrutura não está preparada, a desproporção entre os carros e os veículos de duas rodas e mais eficientes continua a ser ridícula em 2025. Apesar de que, já se começa a ver mais motas a circular durante todo o ano, muito por conta de quem trabalha com as aplicações de entregas ao domicílio.

A Honda Vision 110, apesar de ser discriminada pela própria marca por conta de ser um modelo de entrada, irei valorizá-la muito aqui! Mais: as scooters na generalidade são todas elas discriminadas, quando na maioria das vezes são as opções mais sensatas. A minha, é perfeita para mim!

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Até Vila Verde, com uma lombalgia